Um desejo de utopia fermenta a ética criativa de Artaud. Uma arte que se permita ter pulmão ou útero ou fígado ou bexiga não seria mais genuína somente, mas apontaria a outra sociedade, outra cultura. Eu o imagino dizendo: “Querem se fazer de intelectos, mas se coçam como bichos; anseiam ser almas santas, mas devem cagar”. A escatologia aparece a ele como um caminho à escatologia, e do fim desse mundo unido pelo cisma virá outro mundo em que seremos corpespíritos – o que somos. É possível? Tem importância? Não sei.