Publiquei no Digestivo Cultural a crítica Todas as Tardes, Escondido, Eu a Contemplo, sobre o espetáculo de dança Todas as Tardes. Eu escrevi:
Todas as Tardes, solo de dança interpretado por Sílvia Geraldi, ocorre na antesala dos relacionamentos. A comunicação de que a atração existe, a negociação para o avanço, a sinalização de que se está satisfeito: os movimentos de um jogo de tabuleiro, cálculo e emoção, emoção no cálculo e cálculo na emoção, percebidos pelo ponto de vista de um dos dois jogadores; ele, para quem o outro é uma janela aberta, porém uma janela aberta para o quê. No espetáculo, a coreografia descontextualiza gestos e põe a nu as tensões; e o texto, as poucas falas, descreve a paixão – que pretendemos explosiva, romântica – mais travada, mais engatinhante, mais incerteza.