Em A Arte do Romance [p. 83-84, Nova Fronteira, 1986], Milan Kundera expõe o Quarteto de Cordas opus 131 de Beethoven:
Primeiro movimento: lento; forma de fuga; 7′21′’
Segundo movimento: rápido; forma inclassificável; 3′26′’
Terceiro movimento: lento; simples exposição de um só tema; 51′’
Quarto movimento: lento e rápido; forma de variações; 13′48′’
Quinto movimento: muito rápido; scherzo; 5′35′’
Sexto movimento: muito lento; simples exposição de um só tema; 1′58′’
Sétimo movimento: rápido; forma-sonata; 6′30′’
Depois, ele comenta:
“O quarteto op.131 é o auge da perfeição arquitetônica. Não quero chamar sua atenção senão a respeito de um só detalhe do qual já falamos: a diversidade das durações. O terceiro movimento é quinze vezes mais curto que o movimento seguinte! E são precisamente os dois movimentos tão estranhamente curtos (o terceiro e o sexto) que reúnem, mantêm juntas essas sete partes tão diversas! Se todas as partes fossem mais ou menos da mesma duração, a unidade desabaria.”