O cientista da informação Kevin McGarry. no livro O Contexto Dinâmico da Informação, cita um poema do escritor Rudyard Kipling:
Tenho seis criados honestos
Ensinaram-me tudo que sabia
Seus nomes são que e por que e quando
E como e onde e quem
São as mesmas perguntas básicas do lead. Como é algo na base da nossa profissão, pode ser interesse a análise que McGarry faz, na sequência, de cada uma das seis:
Perguntas do tipo que geralmente se relacionam com os usos que se podem dar às coisas. Químicos, engenheiros, metalúrgicos e físicos, entre outros, especializam-se em tais questões. Perguntas do tipo que são freqüentemente sobre as definições das palavras e ajudam a manter os lexicógrafos ocupados com a compilação de dicionários. Questões sobre ‘o quê’ de algo freqüentemente se limitam com por que e como. Às vezes, quando perguntamos ‘que é isso?’ estamos perguntando ‘como isso funciona dentro do sistema?’
Perguntas do tipo por que são as mais difíceis de responder porque a resposta normalmente provoca mais por ques, e assim a busca de informação continua. Perguntas do tipo quando e onde são métodos de organizar o tempo e o espaço. Podem surgir tanto em contextos passados quanto futuros. Se feitas a respeito do passado, trata-se de perguntas básicas que devem ser respondidas com uma precisão razoável para que se possa travar uma conversa produtiva. As questões que formulam constituem o dia-a-dia da geografia e da história e freqüentemente são uma forma disfarçada de por quê.
Perguntas do tipo como geralmente tratam da origem dos processos, das origens das experiências sobre processos, da utilidade de um processo, ou de uma política. As respostas para estas perguntas são muitas vezes descrições da série de eventos que determinaram a experiência em questão. Como começou a Primeira Guerra Mundial? A resposta acarretaria a descrição de uma série de eventos que levaram ao início dessa catástrofe. Da mesma forma, como teve início o sistema de bibliotecas públicas? A resposta incluiria as condições precedentes, as pessoas envolvidas, suas aspirações e estratégias, de fato, a resposta tocaria, em primeiro lugar, em por que temos bibliotecas públicas. Perguntas do tipo quem geralmente acabam sendo uma forma disfarçada de perguntas do tipo que e como. ‘Quem é ela?’ pode exigir uma resposta que descreva o papel do indivíduo numa organização. ‘Ela é especialista em informática do serviço de bibliotecas do município.’ Quem irá fazer? suscita uma questão do tipo como; quem é responsável pela política governamental a respeito das bibliotecas públicas? irá por fim suscitar uma pergunta do tipo por quê. É quase certo que uma pergunta do tipo por que acabará por surgir se os outros criados honestos forem pressionados demais. [p. 8-9]