“Ética”, segundo Éric Sadin

Compilação

Éric Sadin é filósofo. O texto abaixo é traduzido da página 29 de La inteligencia artificial o el desafío del siglo – Anatomía de un antihumanismo radical, versão em espanhol do original em francês, L’Intelligence artificielle ou L’enjeu du siècle : anatomie d’un antihumanisme radical, publicada pela editora argentina Caja Negra.

Como deveríamos entender a ética? Provavelmente a partir de um limite mínimo: o respeito incondicional pela integridade e pela dignidade humana; o ato de poder utilizar sem obstáculos a própria autonomia de juízo, de decidir livremente e em plena consciência sobre os próprios atos, de gozar partes de si mesmo que estejam ao abrigo do escrutínio do outro, ou ainda de não se ver continuamente reduzido a um objeto estritamente mercantil. Mas, em geral, quando se fala de ética, se alude a uma noção confusa, a um recipiente vago, a referentes abstratos que variam segundo as tendências de cada qual. Mais precisamente, se impôs uma forma de ética totalmente particular, contida em uma singular e seca aspiração a uma “liberdade negativa”, segundo os termos do filósofo político Isaiah Berlin, entendida como uma liberdade defensiva que unicamente protege o direito dos cidadãos diante das pretensões potencialmente abusivas do poder.

Veja a fonte:

¿Cómo deberíamos entender la ética? Probablemente a partir de un umbral mínimo: el respeto incondicionado de la integridade y de la dignidade humana; el hecho de poder utilizar sin obstáculos la propria autonomía de juicio, de decidir libremente y en plena conciencia de los proprios actos, de gozar de partes de uno mismo que estén al abrigo de la mirada de otro, o incluso de no verse continuamente reducido a un estricto objeto mercantil. Pero generalmente, cuando se invoca la ética, se alude a una noción confusa, a un contenededor vago, a referentes abstractos que varían según los tropismos de cada cual. Más precisamente, se impuso una forma de ética totalmente particular contenida en una única y seca aspiración a una “libertad negativa”, según los términos del filósofo político Isaiah Berlin, entendida como una libertad defensiva que únicamente protege el derecho de los ciudadanos frente a las pretensiones potencialmente abusivas del poder.

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