“Subjectivity and Information Ethics” [Subjetividade e Ética da Informação], Bernd Frohmann

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Disponível no perfil do autor no Academia.edu

Bernd Frohmann expõe quatro versões do que ele chama de éticas informacionais centradas no sujeito [self-centered information ethics], para depois analisar situações contemporâneas em que o sujeito não está o jogo e que, assim, demandariam outras formas de pensar a ética.

As éticas informacionais centradas no sujeito estudadas por ele são as de Thomas Froehlich, Robert Hauptman, Kay Mathiesen e Rafael Capurro. Froehlich propõe um modelo composto de três elementos com graus de agência variados: sujeito, organização e contexto; é na interrelação desses itens que se dão os problemas éticos, marcados, na visão do autor, pela concorrência entre perspectivas discrepantes. Hauptman defende valores éticos intuitivos e algo transcendentais, os quais cabe é preciso ter a coragem de resguardar em um mundo corrompido ou frouxo moralmente. Mathiesen, a partir de uma análise epistemológica da informação, trata das condições de acesso aos conteúdos informacionais.  No mesmo sentido, Capurro o que define – sejam estruturas de comportamento ou relações de poder – a possibilidade e a impossibilidade de se comunicar.

O posicionamento desses quatro autores é condensado por Frohmann neste trecho:

A common feature of the subjectivity central to the information ethics of all four thinkers considered here is the moral, epistemological agent engaged in the process of understanding, deciphering, or ‘decoding’ the meaning of information brought to mind or consciousness, whether by other subjects or by the presence of the informing things of social and natural worlds. A condition of the possibility of any information ethics—or so it seems—is the moral, epistemological subject of a self-centered information ethics, whose mode of subjectivity may be contested, but the necessity of whose existence in some fully actualized mode of subjectivity is not.

Em alternativa à ética informacional centrada no sujeito, ele propõe outra direção de questionamento:

What happens to information ethics when the point and purpose of many information processes either completely or to a great extent bypass the epistemological subject because they bypass consciousness? What does information ethics look like when it takes into account information systems and phenomena having nothing to do with informing anyone about anything, which have nothing to do with communicating semantic content from one conscious self to another, but which nonetheless have significant effects with profound ethical implications? How can information ethics take account of statements that originate in no consciousness, circulate automatically, are automatically ‘read’ or processed, are autonomous of human subjects yet are deeply implicated in the configuration and constitution of human subjectivity? What kind of information ethics is possible and necessary when the autonomous selves and subjects of a self-centered information ethics are displaced from their privileged position at the center of ethical thinking? Can information ethics include in its purview how modes of subjectivity come about and the possibilities for the ‘becoming-other’ of the moral subject?

Frohmann tem mente intercâmbios informacionais que possuem raízes e consequências éticas, mas que estão aquém ou além da interferência de um sujeito. Dois exemplos disso, segundo ele: instrumentos bélicos que “decidem”, sem ação humana, um ataque, a partir de dados extraídos do espaço geográfico e processados por uma máquina; e a massa de informações financeiras recolhidas a partir das transações individuais, que, coletadas e formatadas pelo computador, formam “enunciados  digitais” que, devolvidos ao sistema, têm efeitos não só financeiros como sociais, políticos e culturais (podemos pensar nesse sentido no poder que possui, no Brasil, o fato de a bolsa de valores cair ou subir). Esses processos, acrescenta o autor, forma os sujeitos que atuam nas suas estruturas, condicionados por elas. Assim, uma nova ética é precisa, pois

[insofar] as ethics is concerned with subjectivity, the problem is not located in debates about how given moral subjects ought to act, but in the interplay of power between forces of domination and possibilities of freedom in the formation of subjects. We need an information ethics that acknowledges how information processes and technologies are implicated in making up people.

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