Post de apoio para o texto “Como uma Resenha de Como um Romance“, sobre o livro de Daniel Pennac com este nome. Esta postagem esclarece duas referências:
- No terceiro parágrafo, o poema de Fernando Pessoa citado é “Liberdade”:
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa…Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca…
- Na última frase deste parágrafo, a menção ao filósofo Michel Foucault refere-se a essa frase, de “Entretien sur la prison: le livre et sa méthode”:
“A única marca de reconhecimento que se pode testemunhar a um pensamento como o de Nietzsche é precisamente utilizá-lo, deformá-lo, fazê-lo ranger, gritar.”
Complementos e reelaborações desse texto também serão postadas nos blogs daqui.